quinta-feira, 15 de abril de 2010

Ditadura!?

Pense em uma empresa que paga seus impostos, é autorizada a comercializar seus produtos, mas não pode anunciá-los fora do ponto de venda.
Agora pense em uma equipe de criação pensando em resolver o problema do cliente, transmitindo uma mensagem politicamente correta e sem ofender ninguém.
É, fazer publicidade é mais difícil do que pensei. Em uma entrevista da Istoé, Luiz Lara (presidente da Abap e da agência LewLara) fala um pouco sobre as inúmeras restrições que a propaganda enfrenta.
Fico um tanto confusa com os critérios usados pra essas proibições.
Por exemplo, o cigarro é uma droga (ponto), mas seu fabricante é autorizado a vendê-lo e paga seus impostos por isso. Mas não pode anunciar seu produto. Isso mudou muito de uns tempos para cá. Antes o cigarro tinha médicos e crianças em seus anúncios (bizarrices da propaganda), depois passou a patrocinar eventos esportivos, mas agora não está em lugar nenhum. Só pode divulgar no seu próprio ponto de venda. E os publicitários se desdobram para criar formas criativas de chamar atenção para o produto.
Agora, a cerveja que também é uma droga, tem liberdade de anunciar em qualquer meio (expondo suas mulheres de plástico de forma digital e gráfica) e até mesmo ser patrocinadora da Copa do Mundo.
Dois produtos que causam dependência: um tem a propaganda praticamente vetada, e o outro veicula diversas propagandas e é ligado diretamente ao esporte.
Você entende???
E as restrições são inúmeras. Não pode "agredir" o concorrente, os animais, as crianças, as mães, os puritanos, o meio ambiente, a vida saudável e nem as freiras cegas do mosteiro do Tibet. A mais nova exigência é que as propagandas de carros tenham mensagens de um "trânsito seguro".
Propaganda não é coisa barata, e eu não acho justo as empresas pagarem para conscientizar as pessoas. Eu acredito que isso seja obrigação do governo: promover campanhas de trânsito seguro, uso do álcool, cigarro, vacinas, prevenção de doenças, etc. A propaganda vende um produto (e tudo o que ele representa) então podemos supor que as pessoas saibam como, quando, onde e por que usá-lo. Ou não?
Há algum tempo (a maioria deve se lembrar) o Guaraná fez uma propaganda muito inteligente: mostrava a plantação de Guaraná, e desafiava a Coca a mostrar a sua plantação.
Em outros países é comum esse tipo de comercial. A luta entre Coca-cola e Pepsi é antiga, e a partir daí foram criados vários comerciais criativos. Esse comercial do Burger King segue a mesma linha:
O resultado é fantástico! E por mais que a propaganda seja do Burguer King, eles também acabam promovendo o Mc Donald´s, com a figura do Ronald.
Acho que está na hora da propaganda no Brasil ter mais autonomia (com bom senso é claro... Não sejamos anarquistas =P )! Aposto que muitas ideias ficaram na gaveta esperando serem aceitas por tantas leis impostas.

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