quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Depois de folhear a Revista Lola

Esta semana estava ouvindo a Nova Brasil e um spot de uma revista nova me chamou a atenção. Era uma chamada da Lola, uma revista voltada para mulheres bem-resolvidas (O slogan é: "Lola, você não precisa. Você quer." Adorei!).
Fiquei curiosa com a possibilidade de haver vida inteligente e feminina nas bancas de jornais, e fui procurar a tal revista.
 A capa em preto, branco e vermelho, com Angelina Jolie estampada, chama a atenção de cara. Se destaca em meio às capas multi-coloridas e tão comuns. Fiquei animada e desembolsei R$10,00 pelo exemplar.
Comecei a folhear e me deparei com propagandas dos produtos mais óbvios para ser oferecidos à mulherada: sapatos, bolsas, jóias, óculos escuros, maquiagem e absorventes. Nessa hora vi que eu não era exatamente o público alvo da revista, que tem anúncios de anéis de R$23.000,00 (com tudo isso de zero) e bolsas que custam mais que o meu guarda-roupa inteiro.
72 páginas depois já estava ficando irritada, e eis que aparece a primeira reportagem: sobre a Angelina. Para meu conforto, era a primeira de muitas (ok, não muuuuitas, mas o suficiente para não chorar pelos 10 contos gastos).
Na página 92 as coisas ficam interessantes: uma reportagem sobre a pesquisa feita para criar a identidade da revista. O plano foi entender a mulher moderna: como veêm suas vidas, quanto são estressadas, quanto gostam de ser mulher, o que mais reclamam sobre os homens (vai falar que se surpreendeu que mulheres reclamam dos homens?). Chegam a conclusão que "mulheres não querem mais ser vistas como mulherões, nem como mulherzinhas". Nessa hora, meus olhos brilharam =P
Pelo conteúdo das matérias seguintes, percebi que o excesso de propagandas de produtos de "menininha" não era contraditório com o conteúdo das reportagens inteligentes sobre livros, relacionamentos, sucesso na carreira, etc.
Confesso que antes eu era muito mais radical. Mulher que é mulher (e não bibelô) não tinha que ficar se submetendo a saltos, maquiagem e produtos para cabelo (depilar o sovaco sim. Isso é questão de higiene =P ). Mas hoje sou muito mais maleável. A mulher tem que se sentir poderosa, tanto em relação ao conteúdo quanto a aparência. Hoje acredito que há mulheres pensantes que têm silicone (e por que não?).
E acho que a Lola trabalha muito bem todos esses interesses da mulher moderna, que vão desde a cor do esmalte até filosofia.
Para os interessados em publicidade, esse quadro resume bem o perfil do público alvo:

Gostou do post? Então vem ver meu blog atualizado em biadesouza.com =D

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

IBM imortalizada em "Laranja Mecânica"

Neste final de semana finalmente consegui assistir "Laranja Mecânica"! A primeira vez, assisti somente com a base do livro, que fiz questão de ler antes (vale a pena, viu.). A segunda vez, eu vi depois de dar uma pesquisada na internet e ver o que falavam sobre o filme. Assisti com maior atenção aos detalhes, e quem eu encontro lá? A máquina de escrever da IBM! Imortalizada num clássico de Stanley Kubrick!
As tais gerações Z, Y, talvez nem tenham tido contato com máquinas de escrever (outra coisa que vale a pena. O som dela é indescritível.), mas quando chegarem a uma fase cult da vida, e assistirem ao filme, vão se deparar com aquela raridade retrô.
Agora eu pergunto, a propaganda é cara?
Depende. (como diria meu professor, Landini)
Depende em que você aposta. Alguém teve a ideia de inserir a tal máquina de escrever em um filme de "ultraviolência", provavelmente alguém criticou, mas lá está ela. Passando por gerações.
Agora, se você aposta em uma chuva de Twix que foi promovida pela internet (um meio supostamente moderno e barato) e que só traz comentários negativos, então você trocou gato por lebre.
Acredito que na propaganda tudo tenha que ser minunciosamente planejado ou intuitivamente acertado.
Não sei se no caso da IBM foi sorte ou não, mas o fato é que 40 anos depois de produzido o filme, lá está a máquina e a marca despertando nostalgia em quem conhece e curiosidade de quem nunca viu.

Ps.: Aluguei o filme pela Blockbuster Online conforme comentei aqui, e só tenho elogios!

Gostou do post? Então vem ver meu blog atualizado em biadesouza.com =D

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O que a publicidade deve aprender com o camelô

Sinto dizer ao grandes estudiosos e atuantes da área publicitária, que na minha opinião os maiores publicitários que existem não estão nas grandes agências. Vivem no anonimato, passam desapercebidos e não recebem prêmios em forma de leão. São os populares camelôs.
Se você já cruzou com um camelô cheio de lábia sabe exatamente do que estou falando.
Poxa, eles conseguem vendes raquetes para matar mosquitos e panos de chão no farol! Quem pensa em comprar um negócio desses enquanto está esperando o trânsito voltar a andar?
Há algum tempo, quando nem pensava em estudar publicidade, peguei um ônibus que transportava um desses profissionais. Todo mundo parou de falar na hora para escutá-lo (e não estou querendo deixar o post mais comovente. Foi bem desse jeito mesmo.). Ele vendia chocolates de uma marca sem credibilidade nenhuma. Mas impressionava no discurso: falava sobre o preço da unidade, um desconto para quem levasse três, a composição do chocolate, as calorias que cada barra continha e as vantagens de se deliciar com um chocolate no trânsito. Não pude deixar de comprar uma barra e elogiar o trabalho do cidadão.
Na época em que fazia teatro, li um texto de Bertold Brecht ("Sobre o Teatro Cotidiano") que diz assim:

"Vocês, artistas que fazem teatro
Em grandes casas, sob sóis artificiais
Diante da multidão calada, procurem de vez em quando
O teatro que é encenado na rua.
Cotidiano, vário e anônimo, mas
Tão vívido, terreno, nutrido da convivência
Dos homens, o teatro que se passa na rua."

Isso é válido para a publicidade também. Não vamos achar que a resposta para as necessidades do consumidor está em uma tela, ou em um monte de livros. A resposta está na rua, no camelô, no taxista, do lado de fora do que a gente aprende na faculdade.

Gostou do post? Então vem ver meu blog atualizado em biadesouza.com =D

sábado, 18 de setembro de 2010

Alguém viu a Blockbuster por aí?

Há algumas semanas fiz uma promessa para mim mesma. Me senti meio ignorante quanto aos filmes que nunca assisti (e são tantos... será que dá tempo?) e resolvi impor uma meta na minha vida: um filme bom por semana.
Corri para a extinta Blockbuster do lado de casa e não achei nada do que eu queria. Me vi cercada de poucos filmes que não queria ver, e me veio aquela sensação nostálgica. Me lembrei de quando a Blockbuster era uma locadora de verdade, que tinha todos os filmes imagináveis (ou pelo menos que uma criança de uns 9 anos poderia imaginar), e aquelas cadeirinhas coloridas e tapete branco felpudo ao lado de uma televisão que exibia filmes da Disney. Eu cresci ou a locadora diminuiu?
O fato é que me vi rodeada de livros, bolachas e lingeries da devoradora Americanas, e não achei o filme que eu queria ("Laranja Mecânica". Li o livro e agora quero ver o filme). Comprei um DVD usado por R$7,99 ("O Grande Ditador", depois conto um pouco!), uma barra de chocolates e uma calcinha nova (mentira!) e me perguntei: aonde foi parar a Blockbuster?
Eis que encontrei uma loja virtual interessantíssima! A Blockbuster Online tem todos os filmes imagináveis (ou no mínimo, filme pra caramba) e entrega "de graça" na sua casa!
Tem vários planos diferentes, com valores distintos que são debitados no seu cartão de crédito. Não tem limite para devolução do filme, logo não há multa por atraso. E você pode criar uma lista de filmes que você pretende alugar!
Um super incentivo pra cumprir minha meta! Adorei!

Gostou do post? Então vem ver meu blog atualizado em biadesouza.com =D

domingo, 12 de setembro de 2010

Post reservado para Propaganda Eleitoral Gratuita

Dentro de semanas nossa programação voltará ao normal e não iremos mais tocar nesse assunto.

Não tem como não falar das eleições... Tiririca, Mulher Pêra, KLB e Whiskas Sachê. Mas o que mais me impressiona em toda essa história é o poder da propaganda nisso tudo.
Como o candidato é modelado para que "se venda": o que falar, quando falar, que criancinha escolher para pegar no colo e sair nas fotos, qual a musiquinha que vai tocar e não vai sair da tua cabeça ("Ey, Ey, Eymael, um democrata cristão" ou "Primeiro aperte o um duas vezes, e espere até o Pitta aparecer"), e por aí vai.
Uma gangue toda por trás daquele cara que aparece falando durante segundos ou minutos.
Confesso que eu deveria saber muito mais sobre a História (e sobre muitas outras coisas), mas já li muito sobre o cabeça das ações de Hitler. Um tal de Joseph Goebbels, ministro do Povo e da Propaganda.
Ok, toda profissão tem seu lado negro. Médicos, advogados e ascensoristas. Mas às vezes olho pra Propaganda e fico com medo de todo esse poder.
Só digo uma coisa aos eleitores: pior que tá, fica sim!

Gostou do post? Então vem ver meu blog atualizado em biadesouza.com =D