quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O que a publicidade deve aprender com o camelô

Sinto dizer ao grandes estudiosos e atuantes da área publicitária, que na minha opinião os maiores publicitários que existem não estão nas grandes agências. Vivem no anonimato, passam desapercebidos e não recebem prêmios em forma de leão. São os populares camelôs.
Se você já cruzou com um camelô cheio de lábia sabe exatamente do que estou falando.
Poxa, eles conseguem vendes raquetes para matar mosquitos e panos de chão no farol! Quem pensa em comprar um negócio desses enquanto está esperando o trânsito voltar a andar?
Há algum tempo, quando nem pensava em estudar publicidade, peguei um ônibus que transportava um desses profissionais. Todo mundo parou de falar na hora para escutá-lo (e não estou querendo deixar o post mais comovente. Foi bem desse jeito mesmo.). Ele vendia chocolates de uma marca sem credibilidade nenhuma. Mas impressionava no discurso: falava sobre o preço da unidade, um desconto para quem levasse três, a composição do chocolate, as calorias que cada barra continha e as vantagens de se deliciar com um chocolate no trânsito. Não pude deixar de comprar uma barra e elogiar o trabalho do cidadão.
Na época em que fazia teatro, li um texto de Bertold Brecht ("Sobre o Teatro Cotidiano") que diz assim:

"Vocês, artistas que fazem teatro
Em grandes casas, sob sóis artificiais
Diante da multidão calada, procurem de vez em quando
O teatro que é encenado na rua.
Cotidiano, vário e anônimo, mas
Tão vívido, terreno, nutrido da convivência
Dos homens, o teatro que se passa na rua."

Isso é válido para a publicidade também. Não vamos achar que a resposta para as necessidades do consumidor está em uma tela, ou em um monte de livros. A resposta está na rua, no camelô, no taxista, do lado de fora do que a gente aprende na faculdade.

Gostou do post? Então vem ver meu blog atualizado em biadesouza.com =D

2 comentários:

Pedro Estellita Lins disse...

Reza a lenda que Sílvio Santos começou como Camelô. Isso explica algumas coisas. Publicidade é sempre contrastes ou essa é a sua visão?
Beijos!

Bia de Souza disse...

Acho que nada é "sempre" qualquer coisa... Não acredito em regras pra um monte de coisa. Só acho que teoria é bom, mas tem limite. Às vezes a ideia está do lado de fora. É uma opinião só =) Bjao